A pandemia do novo coronavírus mudou a vida de todos do dia para a noite. Alterou como trabalhamos, estudamos, compramos e nos divertimos. E mesmo já estando há alguns meses nessa nova realidade, muitos ainda sofrem com os efeitos dela e isso afeta principalmente a qualidade do sono.
Estresse, ansiedade e depressão
Qualquer desequilíbrio na nossa saúde mental pode refletir diretamente no nosso sono, levando à insônia, sonolência excessiva, sono agitado ou fragmentado. Qualquer destes fatores podem afetar o nosso humor, que, por sua vez, prejudica a qualidade do sono, gerando um ciclo vicioso. Então como mudar essa situação? Infelizmente, muitas vezes, não conseguimos controlar as causas de nossas angústias, medos e ansiedades, porém alguns comportamentos podem colaborar para o controle destes sentimentos.
Diminuir a exposição ao excesso de informações pode ser um dos caminhos; não precisamos estar ligados às notícias e redes sociais o tempo todo, a não ser que nosso trabalho dependa disso. Reserve uma hora no dia para isso, de preferência longe do horário de dormir.
Má alimentação
O que comemos também é um dos aspectos de grande influência para dormirmos bem e nessa pandemia os hábitos alimentares mudaram para muitas pessoas. A falta de rotina influencia na organização das nossas refeições e na qualidade do que comemos. A ansiedade afeta diretamente o consumo de alimentos não saudáveis e a alimentação copiosa, com ingesta de alimentos ricos em açúcar e gordura, próximo ao horário de dormir, são prejudiciais, pois atrapalham a digestão, resultando em refluxo e atrapalhando o sono.
Além disso, o consumo de bebidas cafeinadas, como café, refrigerantes, energéticos e também bebidas alcoólicas podem afetar a continuidade e qualidade do sono.
Falta de rotina
Pela necessidade do isolamento social, em função da pandemia, a rotina se alterou para muitas pessoas que estão afastadas do trabalho e das aulas. O home office pode atrapalhar na higiene do sono e, se não tivermos horários regulares para trabalhar/estudar e para dormir, podemos ter uma desorganização no nosso ciclo vigília-sono.
Nosso corpo demora para assimilar novas rotinas e isso acaba afetando seu funcionamento adequado e é por isso que, desde o início do isolamento social, especialistas vem reforçando a necessidade de se manter horários regulares, seguindo a rotina de antes da pandemia.
Tempo de tela
Outra situação extremamente comum nesse período e igualmente prejudicial é o tempo excessivo que ficamos expostos à luz de telas, como a do celular, computador, tablet ou da televisão, principalmente no período noturno. O uso em demasia confunde nossa noção de dia e noite e a luminosidade, próximo ao horário de dormir, afeta a produção de melatonina, nosso hormônio que induz o sono e que controla nosso ciclo circadiano.
Procure um especialista
Algumas vezes, apenas mudanças de hábitos não são suficientes para regular nosso sono e melhorar sua qualidade. Assim, se mesmo com uma rotina adequada, suas queixas relacionadas ao sono persistirem, procure um médico especialista em sono. Esse profissional será capaz de analisar o quadro, pedir exames se necessário e sugerir um tratamento de acordo com a necessidade de cada paciente, individualizando o tratamento.